Ciclo de Poesia Falada - Ao Merecidamente Solteirão Procópio - Poema de Paulo Roberto de Oliveira Caruso
Não sejas mais esfinge de ti mesmo, irmão,
por vã autofagia de algum desdecifrar-te!
Tu vives repetindo sempre a ti o bordão
"ou ela já te ama ou pode vir a amar-te!"
Iaiá tem o direito a dizer "sim ou não"!
Só cabe a ti aceitar da dama a final parte
de todo este mistério em que a tua paixão
será sabatinada... um concurso de arte!
Procópio, meu irmão, deveras te aprecio,
mas hoje os tempos são de fato diferentes,
com homens e mulheres em mesmo alvedrio.
Se não vires valor nas damas entrementes,
desculpe-me, meu caro, mas tu és vazio
de quaisquer sentimentos nobres reluzentes!
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